Se considerarmos
estas premissas ao trazer este cenário para o universo da TI, observamos que
existem mais alguns desdobramentos envolvidos nesta questão e,
consequentemente, desafios para os gestores. Provavelmente, o maior deles
reside no pensamento de como atrair e reter estes jovens, que procuram
crescimento na carreira de tecnologia e que trazem consigo um repertório
amplamente diversificado de experiência e sonhos?
Para responder a
uma questão tão elaborada, primeiramente temos que entender que não precisamos
reter todos os colaboradores que recrutamos, mesmo porque isto é uma tarefa
quase impossível. Em um mercado competitivo como o de TI, as pessoas trocam de
empresas constantemente, isto é um fato que não deve ser ignorado. Todavia,
devemos considerar os jovens potenciais, os talentos, aquelas pessoas que,
desde cedo, demonstram interesse em contribuir para o crescimento da empresa,
são ágeis, aprendem com extrema rapidez, respeitam os líderes e a opinião dos
colegas, humildes quando desconhecem alguma técnica, mas dispostos a aprender
sobre ela. Estes sim, os chamados jovens talentos, queremos que fiquem conosco,
que participem e ajudem a construir o futuro de nossas organizações.
O grande desafio
está na questão: Como reter os nossos “ypsilons”?
Talvez a
resposta mais adequada esteja no binômio Controle – Autonomia.
Da mesma forma
que, antigamente, quando o telefone era um objeto cobiçado e que seu uso era
restrito para chefes e, para controlar o seu uso, utilizava-se um cadeado, nos
dias de hoje as práticas não são muito diferentes, por exemplo, quando
bloqueamos o acesso ao facebook, youtube ou twitter. Se naquela época, as
pessoas conseguiam um jeitinho de burlar a utilização do telefone, imaginem
para os nossos jovens programadores...
À medida que
aumentamos o controle (cadeado, firewall, senhas para controlar o acesso),
diminuímos a autonomia das pessoas e, consequentemente, sua responsabilidade,
sua maturidade. Em contrapartida, se relaxarmos o controle que possuímos sobre
nossos liderados, aumentaremos a autonomia e corremos o risco de “perder o
controle” sobre as atividades de nossos colaboradores.
Da mesma forma
que um líder, por receio de não ser atendidos plenamente na solução de alguma
tarefa mais complexa, acaba repassando-a para alguém de senioridade maior. Isto
mostra que estamos cerceando os nossos jovens de assumir maiores
responsabilidades.
Sendo assim, o
caminho para o dilema da retenção dos potenciais encontra-se no desenvolvimento
dos mesmos, somado a ações de aprimoramento destes jovens, ligadas ao objetivo
de aumentar a maturidade profissional destes colaboradores. Esta última pode
ser desenvolvida através da aproximação de líder e liderado, pois o jovem Y
necessita de um mentor, alguém para espelhar e seguir, e os nossos líderes devem
estar preparados para isto. Além disto, a definição de objetivos claros e
desafiadores, além do feedback constante e o acompanhamento da evolução das
atividades, compõem os ingredientes ideais para o desenvolvimento destas
pessoas.
Em pesquisas
recentes demonstra-se claramente que um dos principais motivos que levam os
jovens a procurarem outro trabalho é a distância que tem de seus líderes. Além
disto, criarmos um ambiente de trabalho propício para a comunicação,
desenvolvimento de relacionamentos e troca de experiências são fatores
fundamentais para preservarmos os jovens talentos em nossas empresas.
Enfim, os nossos
jovens “ypsilons” anseiam por serem encontrados, por serem desenvolvidos, por
trabalharem em um local onde possam ser desafiados, ouvidos, estarem
conectados, onde possam ter clareza de onde estão e para onde vão e, acima de
tudo, possam contribuir para o crescimento da organização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário